oficinas

de estudos teatrais

proposta

A Oficina de estudos teatrais é dirigida por Henrique Buarque de Gusmão. Dedica-se ao estudo da cena moderna a partir de sua múltipla constituição, conferindo atenção especial aos diferentes modelos de dramaturgia, encenação e trabalho de ator que se desenvolveram ao longo dos séculos XIX e XX. Também são investigados os discursos que atribuem sentidos às práticas teatrais, como a historiografia e crítica de teatro, além dos tantos modos de fala dos artistas sobre seu trabalho e campo de atuação.

integrantes

pesquisador coordenador

Henrique Buarque de Gusmão é professor do setor de teoria e metodologia da história na UFRJ. Doutor em História Social pela UFRJ e mestre em Teatro pela UNIRIO, atualmente desenvolve pesquisas em história do teatro, dedicando-se especificamente à análise das condições que configuram uma série de práticas ligadas ao fazer teatral dos séculos XIX e XX. Nos últimos anos, privilegia como material de estudo as obras teatrais do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues e do diretor russo Constantin Stanislavski. É autor de A arte romanesca do ator: Constantin Stanislavski na cultura do romance (2020). Desde 2021, é bolsista do Programa Jovem Cientista do nosso estado, pela FAPERJ.

pesquisador associado

Kátia Rodrigues Paranhos (UFU)
Tania Brandão (UNIRIO)

pesquisador colaborador

Isabela Santos Pinheiro (doutoranda)
Giovanna Zamith Cesário (doutorando)
Emanuelly Foppa (mestranda)

pesquisas

coordenação

2021-2024

Estrelas e malditos: ‘sucessos de escândalo’ e lutas de concorrência na crise do teatro brasileiro moderno dos anos 1960

Esta pesquisa dedica-se à análise de três espetáculos que estrearam no Rio de Janeiro em meados dos anos 1960: “Toda nudez será castigada” (1965), “Navalha na carne” (1967) e “Senhora na boca do lixo” (1968). Nessas três montagens, observa-se um duplo movimento comum: dramaturgos que avançam na construção de situações teatrais desagradáveis e atrizes que encontram na vivência dessas situações a possibilidade de estabelecer uma relação mais intensa com o público, ampliando a bilheteria de seus espetáculos e alterando a reputação de suas carreiras. As três atrizes (Cleide Yáconis, Tônia Carrero e Eva Todor) e os três dramaturgos (Nelson Rodrigues, Plínio Marcos e Jorge Andrade) recorrem a uma mesma fórmula: a produção do “sucesso de escândalo”, fenômeno que merece uma análise sócio-histórica atenta. O sentido destas empreitadas pode ser entendido quando elas são situadas no cenário geral do mundo teatral daquele momento, marcado pela crise do projeto de construção de um teatro moderno no Brasil e pela grande diminuição do público teatral. Nesse ambiente, “Toda nudez será castigada” inaugura uma estratégia feliz, ao mobilizar a imprensa, a crítica e o público em torno do espetáculo, o que dá a ver, nas produções seguintes, o funcionamento das relações de concorrência e interdependência próprias do campo teatral.
Projeto FAPERJ, Jovem Cientista do Nosso Estado (2021-2024)

Orientação

Isabella Santos Pinheiro. Dos palcos para ondas do rádio: as mudanças nas trajetórias artísticas após o advento das radionovelas no cenário carioca e paulista da década de 1940. 2020. Tese (Programa de Pós-graduação em História Social), Universidade Federal do Rio de Janeiro

Giovanna Zamith Cesário. Controvérsias em torno do papel do ensaiador de teatro no Brasil dos séculos XIX e XX. 2021. Tese (Programa de Pós-graduação em História Social), Universidade Federal do Rio de Janeiro

Emanuelly Foppa. Teatro, políticas culturais e censura: o desenvolvimento do teatro amador e a criação do Fenata (1973-1983). 2021. Dissertação (Programa de Pós-graduação em História Social), Universidade Federal do Rio de Janeiro

projetos conjuntos

2021
O Programa de estudos sobre oralidade e literacia reúne as Oficinas de história das práticas letradas e a de estudos teatrais para propor, no âmbito deste laboratório, a formulação de um questionário próprio à história para dar conta do funcionamento dos textos, segundo as modalidades históricas de seus usos sucessivos e na contramão de sua monumentalização literária – construída no interior de sistemas críticos que pretendem determinar, de forma unívoca, sua história e seu sentido no presente. Esse questionário deverá, portanto, ser formulado a partir de uma arqueologia dos usos, de uma genealogia de conceitos e de uma antropologia de gestos e práticas, de modo a pensar as narrativas nas suas condições mais contextualizadas – por vezes essencialmente orais – de produção, de circulação e de recepção. Os estudos feitos no âmbito deste Programa, privilegiados os discursos operados através de trânsito vocal, em particular a forma dialogal encenada, e os dispositivos que evidenciam neles a presença da voz, segundo a perspectiva em que foram performados em seu tempo, podendo recobrir desde os autos jesuíticos até a cena do teatro contemporâneo.

produção

FONTANA, Fabiana Siqueira; GUSMÃO, Henrique Buarque de. O palco e o tempo: estudos de história e historiografia do teatro. Rio de Janeiro: Gramma, 2019.

Esta coletânea, organizada por Henrique Buarque de Gusmão e Fabiana Siqueira Fontana, reúne estudo recentes apresentados no I Seminário de História e Historiografia do Teatro, evento promovido pela Oficina de Estudos Teatrais. O livro traz textos de Béatrice Picon-Vallin, Jonathan Pitches, Tania Brandão, Kátia Paranhos, Evelyn Furquim , dentre outros diversos pesquisadores da área. 

A obra pode ser acessada gratuitamente aqui.

GUSÃO, Henrique Buarque de. A arte romanesca do ator: Constantin Stanislavski na cultura do romance. São Paulo: Hucitec, 2020.

Num dos livros de Constantin Stanislavski, o diretor faz a seguinte proposta para seus atores: “Vamos sonhar e compor o que o autor não terminou de escrever. Preparem-se adequadamente, este é um trabalho longo e difícil. Vocês precisarão se transformar em colaboradores do autor e concluir o que ele não terminou de fazer. Quem sabe se não teremos que escrever uma obra inteira?” Esse fragmento revela a importância que Stanislavski conferia à produção literária no processo criativo de seus atores. Este livro mostra-nos como uma cultura do romance que surge no século XVIII criou as condições necessárias para que o encenador russo pudesse transformar de modo decisivo a arte da atuação teatral. Surge, assim, uma nova possibilidade de leitura de um dos nomes mais relevantes da história do teatro no século XX.

Seminário Efeito de escândalo no teatro, oferecido no PPGHIS/UFRJ, no segundo semestre de 2021, como uma das atividades do projeto O “efeito de escândalo” na literatura e nas artes, no Brasil (séculos XIX e XX).

Abaixo, seguem cortes de 3 encontros.

 

 

 

 

Ficções purificadoras e atrozes - Editora 7Letras

GUSMÃO, Henrique Buarque de. Ficções purificadoras a atrozes: entre a crônica e o teatro de Nelson Rodrigues. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2022.

Livro lançado por Henrique Buarque de Gusmão em 2022, com apoio da FAPERJ. Nesta obra, são analisados os modos como Nelson Rodrigues debatia o teatro do seu tempo. A partir de uma leitura minuciosa das crônicas jornalísticas publicadas pelo dramaturgo, são identificadas as principais diretrizes das ideias teatrais rodrigueanas e suas grandes referências intelectuais e estéticas. Parte-se do debate teatral nas crônicas para a própria obra teatral do dramaturgo, encontrando-se articulações inéditas a respeito de uma obra que marca definitivamente a produção cultural brasileira do século XX.

Nos últimos anos, a área de estudos da história do teatro foi impulsionada pelo uso de novas perspectivas analíticas, o que mobilizou pesquisadores de diferentes áreas e gerou novos olhares sobre as cenas passadas. Foram revisitados textos dramáticos, montagens, artistas e grupos, além de terem sido revelados novos eventos ainda não explorados pela historiografia teatral. Como resultado, temos hoje, no campo, uma significativa diversidade de formas de olhar para estes tantos passados teatrais, o que pode ser constatado nesta reunião de artigos de especialistas os mais diversos. Por entre variados temas e cenários, os leitores deste livro poderão entrar em contato com as mais recentes formas de se fazer história do teatro e, possivelmente, a partir delas, encontrar outras tantas possibilidades de revisitar um passado tão rico como aquele vivido nos palcos.

Acesso o livro AQUI.